domingo, 20 de setembro de 2009

O PESADELO-- A SOLIDÃO DO MEU DESPREZO E O DIÁLOGO DE UM SÓ HOMEM

-- Bom dia!
-- Bom dia!
-- Como foi sua noite?
-- Não muito boa... Esse pesadelo não pára de me perturbar.
-- Aquele que você me contou no outro dia?
-- Não lembro...
-- O do barco...
-- Sim! Esse mesmo! Você já tentou se colocar nessa situação?
-- Não tive coragem. Ele me pareceu muito forte.
-- E é! E essa noite foi pior. Foi mais intenso, mais real e aconteceram umas coisas novas. Como se ele tivesse se renovado!
-- Cara! Mais forte?
-- Sim! Vou te contar: tinha esse barco... ele tava vazio. Eu tava parado na margem do rio, assim como nas vezes anteriores. De repente começou um vento muito forte. Eu me virava para começar a correr pra longe dali, mas uma cratera se abria na minha frente ao longo de toda a margem. Aí não teve jeito. Eu tive de entrar no barco, que balançava sem parar por causa do vento. No barco tava escrito: "EU" (essa é a parte nova). Mesmo com toda aquela instabilidade e a ameaça do barco virar, eu continuei navegando. O vento era muito, muito forte e raios, relâmpagos e trovoadas ameaçavam aquele lugar: um rio largo, onde não se via nada devido ao cair da noite escura, tenebrosa e impiedosa. Foi então que o mais estranho aconteceu. Mesmo em meio a todo esse caos eu consegui ver alguns barcos passando, e alguns paravam para me oferecer ajuda como se nada estivesse acontecendo, enquanto eu estava desesperado. Desesperado e amedrontado demais para sair daquele barco. Eu continuei navegando mesmo em meio ao terror que estava passando. Foi quando umas criaturas medonhas saíram debaixo do barco,  como se houvesse um subnível, um porão e uma passagem levava até lá. As criaturas eram aterrorizantes. Eu nunca vi igual. Elas me encurralaram e eu fiquei sem ter pra onde ir. Nesse momento eu me joguei do barco, mas não conseguia nadar. Enquanto eu me afogava, pude ver uma onda gigante destroçando o barco. Nesse momento eu fechava os olhos. E acordei.
-- ...
-- Cadê você?
-- ...
-- Não vai falar nada?
-- ...
-- EI!! CADÊ VOCÊ????
-- ...
-- Você vai me abandonar também?
-- Não, pois eu sou o único que te resta. Pelo menos até que uma onda me destroce.

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