quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A RAZÃO DA MINHA EMOÇÃO

Meus pés são conduzidos
Nessa tórrida jornada
Muitas vezes me machuco
Nas armadilhas dessa estrada
Os ferimentos nos meus pés
São apenas reflexo de uma mente cansada
Pois meu racionalismo exacerbado
Defronte às minhas poucas emoções depascentes
Sempre perde a clássica batalha
Travada entre coração e mente
E mesmo que eu tente fugir
Mesmo que eu tente escapar
Sou conduzido a voltar
Aos caminhos que me levam aos teus braços
E sei que vou me machucar
Mas o conforto encontrarei
E quando em seus braços eu estiver
Saberei que minha jornada terá acabado
E os obstáculos que eu enfrentei
Foram apenas um aprendizado
Para unir coração e mente
E enfim ser feliz ao teu lado.

SÓ MAIS UM JOÃO

ADENDO: esse é o meu primeiro conto.


O nome dele era João José da Silva. Gari na cidade do Rio de Janeiro e morador de bairro pobre, não era bonito nem sabia falar difícil. Pai de uma família pequena, era casado com Maria da Silva e tinha em seu filho Francisco da Silva o seu maior orgulho. Este porém, não via em seu pai motivos para se sentir orgulhoso apesar de freqüentar bons colégios e poder aos 20 anos de idade cursar direito na UERJ(sem se utilizar das cotas).

Em um dos colégios que estudou, Francisco da Silva conheceu Marcellus Gröezinger III, um descendente de alemão cujo pai possuía muitas empresas e uma fortuna imensurável. Francisco e Marcellus rapidamente se tornaram amigos.

Ao concluírem o ensino superior, eles foram admitidos como advogados em uma das empresas do pai de Marcellus. Francisco, graças ao esforço de seu pai para conceder ao filho o que não pudera ter, rapidamente se destacou em seu emprego e se mudou para São Paulo.

Francisco há alguns anos não via seu pai, que sofria em silêncio a saudade do seu único filho. João sequer sabia o nome da empresa onde Francisco estava empregado. Certa feita, João, ao presenciar um assalto, tentou, num ato de coragem e nobreza, salvar a vida da vítima. Levou um tiro na região lombar e foi levado ao hospital onde diagnosticou-se que ele dependia de uma cirurgia para não se tornar paraplégico. Porém, a cirurgia era cara e João não tinha dinheiro o suficiente para pagá-la, já que o seu plano de saúde não cobria esse tipo de cirurgia, por ser um plano muito inferior.

Mesmo assim, João tentou, numa medida desesperada, contactar a central da empresa para implorar a liberação dessa cirurgia pelo plano.

Enquanto isso, em São Paulo, o filho de João foi selecionado para defender um caso relativamente simples. Homem culto e estudioso que era, não encontrou dificuldades para ganhar a causa.

No Rio de Janeiro, João José da Silva não desistia. Porém, depois de muita espera, o pior aconteceu: João estava paraplégico pelo resto da sua vida. Por isso perdeu seu emprego e por não ter notícias do filho, João perdeu o prazer e a alegria que tinha em viver. Maria tentou dar a notícia a Francisco e depois de muitas horas tentando falar com o filho, descobriu que Fernando da Silva mudara seu nome para Philip Gröezinger, e que trabalhava para uma empresa de plano de saúde e tinha acabado de ganhar uma causa. Ele impediu a liberação de verba para uma cirurgia a qual o plano do cliente não dava direito e com essa causa ganha, adquiriu mais destaque dentro da empresa.

João José da Silva, homem insciente porém egrégio de feitos simples porém insignes teve no seu maior orgulho a sua maior decepção. Tomado por uma tristeza depascente, se suicidou silenciosamente no dia em que Philip Gröezinger comemorava. Philip assumiu nesse dia a presidência da empresa, porém, para João, Francisco da Silva morrera há muito tempo.

APENAS NOTAS

Nos acordes de um violão
Minha alma passeia pelos infinitos tons do amor
Dominando o meu ser
Recriando minhas paixões
Mistificando o óbvio
Fatalizando minha razão
Soledade
Lateja o meu coração
Sim! Estou apaixonado
Faltam-me palavras
O ar se esgota
Falta-me a coragem
Meu violão me consola