segunda-feira, 7 de setembro de 2009

PROGRESSO COM DESORDEM

Em sete de setembro de 1822, as margens- supostamente plácidas- do Ipiranga parecem ter ouvido um brado supostamente retumbante de um povo supostamente heróico. Não há relatos históricos comprovando a existência da famosa pintura que mostra Dom Pedro I "bradando". A independência brasileira foi um movimento elitista liderado por uma monarquia sedenta por poder e disposta a qualquer coisa para interromper as pressões populares e manter a manipulação exercida pelos poderosos da época. O Brasil era carente de heróis.
Assim foi se construindo o Brasil: com uma história incoerente e discriminatória. Foi formado no país um baldrame forte de ameaças políticas e medo popular para as decisões tomadas. Medidas imediatistas, inconseqüentes e disparatadas, adotadas por diversos governantes, conduziram a nação a um cenário tenebroso, no qual os escândalos, a corrupção, a desigualdade, a impunidade e avanços e milagres econômicos marcados por intensa concentração de renda preenchem os noticiários e as casas de poder nacionais.
Quantas vezes ouvimos sobre mensalão em 2006? O deputado Roberto Jeferson resolveu entregar todo o essquema por não estar muito satisfeito com o lucro que tinha. A CPI desse caso ainda existe, mas pouco se ouve falar sobre ele hoje. Com a ajuda da mídia, o povo foi acalmado e os envolvidos acabaram impunes por não haver cobrança por parte da população pacata, sem identidade nacional e isenta de patriotismo (exceto na Copa do Mundo) existente, resultado da lobotomização feita no povo pelas autoridades, o que calou e cegou os cidadãos. Hoje ouvimos sobre atos secretos, comandados por um dinossauro do poder e um conselho de ética desprovido de qualquer ética, e temos que ouvir calados.
No atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva vive-se um progresso ainda modesto e desigual, em que são favorecidos os já favorecidos, apesar das ações assistencialistas praticadas pelo presidente que não suprem as necessidades de todos. Os avanços econômicos ainda não são revertidos em avanços sociais como a melhoria da educação, da saúde, etc.
Enfim, temos de nos lembrar nessa data que vivemos num país democrático, e é exatamente a democracia que deve ser celebrada. O povo tem nas mãos o poder para a mudança, só temos que aprender a usá-lo. A mudança de postura dos brasileiros é fundamental nesses tempos de crise para que o potencial que temos se transforme em melhorias concretas que sejam para o bem e prosperidade de todos. Os políticos só se interessarão pelo povo quando este se interessar pela política.

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