terça-feira, 22 de dezembro de 2009

TEXTO RETIRADO DO DIÁRIO DA MINHA MENTE

Vinte e dois de Dezembro. Faz tempo que não produzo nada. O vestibular está sugando todo o meu tempo, a minha energia e o meu vigor - além de me arrancar um tanto de cabelo e me fazer perder outro tanto de unha. Mudanças vieram e agitaram o "pacato" mundo das provas de ingresso em universidades públicas. Nós, vestibulandos, tivemos aproximadamente de 5 a 7 meses para nos adaptarmos a uma fórmula totalmente nova de aplicação de provas. E, como se não bastasse, a desorganização mais uma vez imperou no governo brasileiro. Prova anulada, outras, por conta disso, adiadas, gabarito com erros, incerteza na divulgação de resultados. Milhões de estudantes sendo prejudicados por conta de medidas impensadas, descabidas e de interesse político devido às eleições que ocorrerão no ano vindouro. O cenário descrito é o vigente há muito tempo no Brasil: interesse, manipulação, ludibriação.

Mas não quero falar sobre política, quero falar sobre mim, sobre o que estou sentindo nesse momento tão decisório da minha vida. É a terceira vez que presto vestibular. Quero medicina. O fardo da dúvida da aprovação e da certeza de que não terei outra chance está me matando. Meus pais, que sempre se esforçaram em pagar bons colégios para mim, foram decepcionados duas vezes, e eu não gostaria de decepcioná-los novamente. Cerca-me durante todo o tempo a dor do arrependimento. Arrependo-me de não ter me esforçado mais antes, de deixar tudo para depois, de ser tão irresponsável algumas vezes, de não ter crescido antes.

Porém, mesmo sendo clichê, sei que tudo na vida tem um tempo certo de acontecer. O que me deixa preocupado é saber que, às vezes, deixamos o tempo certo passar devido à nossa falta de interesse, vontade e comprometimento. Mas não vai acontecer de novo. Um ano bom me espera, eu sei disso.

Enquanto espero faço o bom acontecer, busco viver em paz e deixar que o tempo me traga os sonhos. Mas é impossível não se preocupar.

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