quarta-feira, 5 de junho de 2013

UM SOL NA MINHA VIDA

"O raiar do sol é o recomeço". Esse é um trecho de uma música da banda Crombie, de que gosto muito. Há muito que não escuto algo que eu acredite tanto. Nada é tão certo quanto o raiar do sol, assim como, paradoxalmente, nada é tão incerto quanto um recomeço. Porém, precisamos desses dois elementos nas nossas vidas. Precisamos do sol pois é um aliado, um delimitador, um marcador, um apontador. Precisamos do recomeço, pois também é um delimitador, é o ponto onde as coisas se divergem, onde os sentidos são revistos e, possivelmente, invertidos, onde descobrimos o inexplorado, e nos descobrimos no processo. Precisamos de quantos recomeços se façam necessários, pois recomeçar é reavaliar, analisar e mudar.

Mudanças, entretanto, são um tanto renegadas. Queremos o nosso espaço, o nosso nicho pré-estabelecido, o conveniente, o garantido - mesmo que não seja o melhor -, o previsto, o previsível. Mas quando as mudanças são inevitáveis, nos apegamos ao que nos mantém de pé, e mesmo que não saibamos aonde ir, sabemos que um dia chegaremos lá. Olhamos para o nosso sol. Vislumbramos o horizonte e somos convencidos do poder revigorante de um novo dia, do sol clareador e aquecedor. Tomamos fôlego, respiramos fundo e nos empoderamos de uma coragem antes desconhecida, pois não sabíamos que existia algo além do nosso medo.

Todos os dias recomeços se apresentam, e temos a oportunidade de aceitá-los ou não. Temos uma escolha. Recomeços são desafiadores. Podemos permitir que o sol nasça ou que o dia continue escuro. Há três anos e meio, dentre tantos que se apresentaram em minha vida, vivi o recomeço mais importante. Há três anos e meio pude vislumbrar o horizonte, e a vista é maravilhosa. Nada foi tão incerto quanto aquele recomeço, mas nada me faz tão feliz, tão aquecido, tão completo quanto aquele sol que ali surgia. Hoje recomeço quantas vezes forem necessárias, e tenho certeza que outros sóis surgirão em outros aspectos da minha vida, mas este sol estará ali, nunca se apagará, será sempre meu aliado, meu conforto, me aquecerá, não sairá do lugar, pois está onde nasceu para estar. Este é o seu lugar, e eu estarei sempre aqui para recebê-lo.

Tive momentos de angústia e de tristeza, mas este sol me trouxe um recomeço que espero durar a eternidade e me fez descobrir que talvez o horizonte nem seja o fim. Descobri que há sempre mais esperando por mim, que um fim nada mais é do que um ponto de partida, e que sem o fim o sol não pode existir, sem a escuridão a luz não faz diferença, e que não importa o que aconteça, o sol vai sempre nascer, basta o abraçarmos. Descobri que nada importa tanto quanto ter um dia claro. Eu amo o meu sol!








Texto em homenagem à Marcela Raposo, um sol na minha vida, o meu grande amor, por quem me apaixono todos os dias. Há três anos e meio, completados hoje, ela me faz o homem mais feliz! Eu te amo!

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