domingo, 11 de janeiro de 2009

FINAL DE NOVELA. INÍCIO DE SENSATEZ.

Pois é. A novela "A Favorita" tá acabando. A Flora tá matando geral, a Donatela tá chorando geral e a Lara tá... chorando geral também. Aliás, eu desafio a me mostrarem uma cena onde as duas apareçam juntas e não chorem. Melhor ainda, eu desafio a me mostrarem uma cena onde a Donatela apareça sozinha e não chore. Coitada da Cláudia Raia. Pior ainda, coitado do Edson Celulari, porque a "Claudinha" deve chegar tão cansada, triste e deprimida por causa do personagem, que não dá tempo nem de...
Enfim...
Qual o sentido de uma novela? Se alguém tiver uma explicação, eu sou todo ouvidos. Podem dizer que é uma representação da vida real, com problemas reais e soluções reais. Há!! Até parece!! A única coisa que tem de real numa novela é... é... é... não tem nada real! Apenas é mostrada uma visão privilegiada sobre as dificuldades da vida, de um autor, na grande maioria das vezes proveniente de uma família rica, nascido em berço de ouro, que não teve tempo de viver problemas reais e tenta, de maneira fútil, superficial, mesquinha e sem nehum tipo de embasamento, abrir uma discussão sobre algum tema "super original" como racismo, relacionamentos de pessoas com diferença muito grande de idade ou de classes sociais diferentes.
Aliás, tá aí mais uma coisa intrigante sobre as novelas. Por que o tema principal é sempre um relacionamento? Então quer dizer que a vida se resume a romances e contos de fadas? A falta de originalidade dos autores é uma coisa surpreendente. É sempre assim: tem uma mulher. Essa mulher é apaixonada por um cara. Esse cara é apaixonado por essa mulher. Mas tem outra mulher, que chamaremos de mulher2, que é apaixonada pelo mesmo cara, mas o cara não a ama. Então a mulher2 começa a tramar altos planos para destruir a mulher e o cara. O cara acaba ficando com a mulher2 por dor de cotovelo. Aí tem o cara2, que é o outro apaixonado pela mulher. Ele se aproveita da situação e fica com a mulher. Mas a novela muda completamente e a mulher e o cara voltam a ficar juntos. Mas a mulher2 e o cara2 se unem para destruir a mulher e o cara. Conseguem. Curtem o namoro com os amados. Mas a mulher e o cara descobrem toda a trama da mulher2 e do cara2 e terminam juntos e felizes para sempre. Que lindo! Já posso escrever uma novela! Mas desde quando isso é vida real? Na vida real, muitas "Marias" e muitos "Joãos", protaginistas de suas próprias vidas, param em cadeias, hospitais e cemitérios injustamente, enquanto muitos afortunados, com nomes importantes, não respondem pelos crimes que cometem. É quase sempre assim, um final feliz para os injustos e trágico para os batalhadores.
Mas é provável que muitos não percebam isso, porque estão tão alienados e concentrados em torcer para um personagem de uma ficção, que esquecem de pensar. Agem como robôs, manipulados, criados e "consertados" pela mídia. Acham que o que é passado pela tela da TV é regra quando as necessidades reais e as pessoas que realmente precisam de torcida e ajuda estão bem perto.
Viu aquela novela? Então vê se aprende a lição e não veja a outra, porque a história é sempre a mesma e a tentativa de alienação da sociedade e manipulação de opiniões nunca acaba.

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