segunda-feira, 17 de maio de 2010

INFINITO

Caiam, estrelas, se ela não me achar.
Mostrem-na o caminho se ela não se achar.
Iluminem a via por onde ela andar.
Levem-nos ao céu quando ela aqui chegar.

E do céu não iremos sair,
Na lua iremos dormir,
O sol desejará nos ouvir
Quando o universo cantar
Nosso lindo desejo de amar.

Mas se um dia, estrelas, ela for
Para longe peço, por favor,
Para que eu volte ao meu lugar,
Pois o espaço se fará vulgar
Se ela não estiver a me esperar

Verei o céu descolorir,
E a lua não mais a sorrir,
O brilho do sol a sumir
Se o universo sangrar
E o amor que houver acabar.
Pois ela é o meu céu,
Meu sol,
Meu luar.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

TRABALHO, PRESSÃO, CANSAÇO

Sento-me à frente do computador. Vontade de escrever não me falta, mas nada me surge na mente. Falar sobre o quê? Política? Clichê demais. Esporte? Banal demais. Comportamento? Incerto demais. Nada me parece bom o suficiente. Sinto-me preso a mim mesmo, preso às minhas idéias - ou à falta delas.

Minhas mãos, então, se levantam, vão ao teclado e voltam sem resposta, desoladas. Levantam-se mais uma vez, vão à cabeça, raspam suas unhas em meu couro cabeludo, voltam um pouco mais aliviadas. Ainda não surgiu nada. Voltam a se erguerem, juntas esfregam minha face, voltam ao teclado, continuam desesperadas, ansiosas por uma resposta, um sinal cerebral. Nada chega a elas. Elas se cansam, apóiam-se sobre as coxas, cansadas, exauridas. Refletem a pressão e a cobrança por produtividade, mesmo quando nada tem a se oferecer, devido à sobrecarga do trabalho imposto a elas todo dia e o dia todo, à obrigatoriedade de se pegarem as coisas. O ideal seria cortá-las, substituí-las, já que estão inúteis quando mais se precisa delas. O cérebro, mesmo sendo o responsável, não admite culpa. Ele é poderoso demais para ser acusado. Bem, talvez ela precise de cuidados, creme hidratante, talvez uma massagem... Não! Não é necessário! Elas ficarão ali, estáticas, apenas obedecendo ordens porque não têm aonde ir.

Minhas mãos têm vida própria. Vivem como milhares de brasileiros. Sistema inútil, cruel e fútil!

DE VOLTA À ATIVA (DESABAFO)

Passei um longo tempo de inércia mental, sem ânimo, tempo ou criatividade o suficiente para novos textos e colunas. Porém, estou de volta, renovado, mesmo sabendo que a freqüência deste blog não é muito grande. Entretanto, cheguei à conclusão de que os textos que eu escrevo sempre foram para mim mesmo. Neles eu expresso minhas emoções, frustrações, etc. Não como um diário, mas como desabafos e compartilhamentos através das artes. Cheguei à conclusão de que não adianta esperar infinitos seguidores ou milhares de visitantes num único dia, porque o que eu produzo é para o meu próprio deleite e aqueles que sentirem o mesmo prazer que eu sinto ao apreciar um bom texto são muito bem-vindos, não só com suas visitas, mas com suas opiniões, críticas, elogios ou sugestões.

Eu amo escrever e espero que amem o que eu escrevo, contudo havia me esquecido de que a verdadeira recompensa do que uma pessoa faz está na satisfação própria.

Agora, recobrados os meus sentidos, não prometo atualizações constantes, todavia me comprometo a postagens apaixonadas, intensas e inspiradas. Espero contar com a contribuição de quem me visita e que apreciem minha nova proposta.